segunda-feira, 28 de maio de 2018

HORIZONTES E VERTICAIS

Horizontes e Verticais apresenta uma série de pinturas em acrílica e colagens sobre lona e caixotes de madeira. As obras apresentadas refletem as impressões sobre ambientes e paisagens urbanas na cidade histórica e contemporânea. Nascido em Ouro Preto/MG e residente em Belo Horizonte/MG desde 2010, o artista busca em seu trabalho expor o que observa na transformação das paisagens dessas duas cidades. As memórias das cidades se sobrepõem aos olhares contemporâneos que são lançados sobre ambas, salientando as transformações da paisagem, e ao mesmo tempo propondo aproximações e distanciamentos entre elas. A paisagem se transforma de formas diferentes e ao mesmo tempo semelhantes: em Ouro Preto as transformações se dão principalmente no seu entorno, onde pequenos prédios observados de longe se misturam a arquitetura colonial; em Belo Horizonte, as transformações estão em toda parte, em seu centro e arredores os espaços se modificam e se transformam continuamente. O trabalho do artista é feito de forma processual, de modo que camadas de imagens vão sendo construídas e adicionadas durante vários meses, incorporando assim memórias e olhares lançados sobre as cidades no seu dia a dia. Ao final do processo, percebe-se uma mescla das duas cidades, suas arquiteturas e paisagens, que ora aparecem em construção e ou em desconstrução, ora de maneira fantasmagórica ou esquemática, de modo que as paisagens verticais cortam os horizontes, montanhas são encobertas por prédios, classes se misturam e se mantem ao mesmo tempo tão distantes. Camadas de recortes e olhares sobre o passado e o presente se constroem como um compósito das memórias e das experiências do artista sobre cidades (re)imaginadas e vividas. 

Horizontes e verticais, acrílica, colagem e desenho sobre lona, 90x80cm, 2018.

Paisagem em construção, acrílica, desenho e colagem sobre  madeira, 90x80cm, 2018.

S/título, acrílica, colagem e desenho sobre lona, 120x100cm, 2018.
S/título, acrílica, colagem e desenho sobre lona, 50x50cm, 2017.
Serra à vista, acrílica e colagem sobre caixote de madeira, 31x19x51cm, 2018.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

PERFORMANCES

Performance: Con(texto) - 2018

Essa performance parte da ideia de comunicação, (ou a falta dela) em um mundo em que a informação vem de todos os lados e de diversas fontes, pensar a performance como ato rotineiro, onde muitas vezes nos alimentamos de informações e as vezes não nos comunicamos. A ideia do trabalho parte do contexto de antropofagia, onde ingerimos informações, mas não a digerimos, e saturados, disparamos palavras para todos os lados. Como lidar com as informações? Porque não olhar nos olhos? As informações que chegam de forma midiática moldam o comportamento social, mas traz uma reflexão sobre nosso tempo, o acesso a informação e as formas de comunicar e conviver em sociedade.
Giovane Diniz e Nathalia Bruno

Performance con(texto) no Arte Manifesto CEFART/Palácio das Artes.
Ação, concepção e cenário: Nathalia Bruno e Giovane Diniz. 

Fotografia: Mara Aram

               Performance, Con(texto), 2018.
       Performance, Con(texto), 2018.

        Performance, Con(texto), 2018.


Performance: Desenho incerto - 2017

A proposta do trabalho passa pela provocação do olhar do espectador ao ato de desenhar o que se sente. Especificamente, o desenho não é o que está no papel ou o resultado final somente. Ele se inicia no pensamento e se estende pelo braço do participante que desenha nas costas do outro, para que o outro participante capte o que é desenhado em suas costas pelo tato, cérebro e use o seu braço e extensão (material que usa para desenhar) para registrar todo esse processo de pensamento que chamamos de "desenho". O desenho ainda não se esgota ali no papel. Ele ainda percorre o olhar e o pensamento de quem o vê, e o terceiro participante (espectador) vai tentar dar um sentido a esse registro e a esse processo. Baseado no gesto no olhar e caminhar, a performance se passa diante do público, que ao ver a ação é provocado a pensar sobre o que se passa. Num primeiro momento os performers estão em sintonia pelo olhar, que passa em determinado momento a um contado físico e transmissão de informação incerta, o pensamento, o gesto passado pelo toque, a decodificação do sentir é transmitido ao receptor que transpõe o gesto para o papel. O resultado? Incerto. O certo? A conexão. Como estamos conectados uns aos outros, o que pensamos e passamos uns aos outros? O caminhar o olhar, o pensar, o desenhar o sentir e o redesenhar. A construção de pensamentos. A arte nos provoca a pensar nas conexões do dia a dia, como nos comportamos, pensamos e decodificamos o que sentimos e como construímos pensamentos a respeito do que e de quem nos cerca. 
Em linhas gerais cabe a leitura do que nos é rotineiramente transmitido por meio de outro, da mídia, cultura, imposições, ensinamentos, experiências de vida, etc. Como nós recebemos e processamos isso e como isso é transmitido para o mundo através da nossa leitura. Como professores-artistas pensamos nessa ação como uma transmissão de conhecimentos ao aluno e o aluno a nós, uma vez que uma hora conduzimos o processo, outra hora o aluno conduz e ambos constroem a composição que certamente será multiplicada também com o público espectador.
Giovane Diniz e Nathalia Bruno

Palácio das Artes - FCS - Sala Juvenal Dias. Sarau das Incertezas. Performance "desenho incerto". 
Performers: Giovane Diniz e Nathalia Bruno
Concepção: Nathalia Bruno
Registro e coordenação: Lucas Amorim
Cenografia: Janaína Beling
Referência: Dennis Oppenheim
Desenho incerto, 2017.
Desenho incerto, 2017.