segunda-feira, 15 de julho de 2013

OBJETO - ESCULTURA


Direções 

O trabalho apresentado parte de questões levantadas no texto “o que é o contemporâneo?” de Giorgio Agamben.
Partindo da leitura do texto e de reflexões a respeito do tema o que é o contemporâneo, busquei pensar a arte atual e suas relações com a vida cotidiana, como nos relacionamos e estabelecemos diálogos com as linguagens artísticas, os pensamentos, questionamentos e vivências. A elaboração do trabalho se deu a partir da ideia de um objeto que representasse elementos que remetessem a nossa contemporaneidade. Elementos que fazem parte do nosso dia a dia e nos faz pensar o nosso tempo. A escolha do material se deu de forma a pensar a “força” do mesmo, apesar de serem descartados todos os dias após serem lidos, ou não, os jornais trazem diariamente relatos do nosso tempo, do que acontece ao nosso redor e no mundo, o presente que é estampado com toda sua fúria e enganação midiática fazem pensar a obscuridade e aridez com que os acontecimentos surgem, são apresentados e nos sufoca de informações e incertezas. O trabalho fala de certa forma de anacronismos, pois traz uma ambiguidade de sentidos e referências a um momento que é nosso e ao mesmo tempo não nos pertence, que é vivido e compartilhado em uma sociedade com muitas direções e às vezes perdida, desequilibrada e sem objetivos. Pensando o contemporâneo como nosso tempo e tempo presente, apresentar as varias direções e objetivos a escolher, penso que estamos vivendo este momento e nos resta se relacionar com esse tempo, de se adaptar e se atentar ao que nos rodeia e como o cotidiano provoca reações e mudanças diversas na sociedade contemporânea, que apesar de parecer saturada, esta aberta e mostra caminhos a seguir, a se pensar. Modificar os espaços, perceber as mudanças, escrever novas versões dos fatos, nos inserir no tempo sendo parte fundamental de transformação de pensamento. A arte compartilha dos acontecimentos e nos abastecem para a reflexão, equilíbrio e transformação, sendo uma poética dos acontecimentos cotidianos.
Giovane Diniz

Direções, Técnica: mista, 25 x 25 x 25 cm, 2013

Transitórios, 2014

segunda-feira, 20 de maio de 2013

EXPOSIÇÃO - COMPASSO DAS CORES

Compasso das Cores

Nesta série apresento trabalhos, que estabelecem uma relação reflexiva entre tempo e espaço, buscando um equilíbrio entre cores, formas e as figuras retratadas, que apresentam certa introspecção e frieza, criando uma confusa relação entre cores, formas e pensamentos. Nas telas o plano pictórico, com cores quentes e fortes contrasta com as figuras, que se apresentam de forma a não estarem em lugar algum, isoladas ou alheias ao tempo. Nas telas a pintura se da pela cor, e pelas formas geométricas, criando um ambiente onírico, fragmentado que podem compor outras formas. Como se fosse possível através do equilíbrio e reflexão, uma construção de pensamento.
Giovane Diniz.


Compasso das Cores
De 28 de maio a 28 de junho, o artista plástico Giovane Diniz mostra seus trabalhos na Galeria de Arte do Minas II. A mostra Compasso das Cores terá dez telas em acrílica, que estabelecem uma relação reflexiva entre o tempo e o espaço, buscando o equilíbrio entre as cores, formas e as figuras retratadas.
A Galeria de Arte do Minas II fica na avenida Bandeirantes, 2.323, bairro Mangabeiras. A entrada é gratuita para o público em geral. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, das 6h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 6h às 19h. 
Serviço
Exposição: “Compasso das Cores”
Data: até o dia 28/6.
Local: Galeria de Arte do Minas II – Avenida Bandeirantes, 2323 – Mangabeiras.
Horário: segunda a sexta-feira, das 6h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 6h às 19h.
Entrada franca.
Mais informações: 3516-1000 / 3516-2000. 

                                                                                    Giovane Diniz

sexta-feira, 10 de maio de 2013

FOTOGRAFIAS

Poéticas urbanas

O ambiente urbano com toda a sua dinamicidade cotidiana proporciona aos seus habitantes e transeuntes possibilidades de presenciar cenas inusitadas que por sua espontaneidade e simplicidade nos apresentam imagens que trazem grande carga poética, tornando nossos olhos produtores de sonhos e realidades, despertando pensamentos e questionamentos por meio da investigação dos espaços. No caminhar pelas ruas penso no espaço urbano, como observamos o nosso trajeto diário, se somos parte do meio urbano ou simplesmente estamos nele. No trabalho com fotografias procuro vivenciar os espaços e exercitar o olhar para as nuances dos acontecimentos cotidianos que transformam os ambientes, e também as banalidades que trazem em si uma poética da transitoriedade dos espaços e da vida nas cidades. A arte provoca questionamentos sobre a contemporaneidade e nos trás experiências com o espaço urbano, em diálogos com nos mesmos e com o ambiente em que vivemos

Giovane Diniz  
                                    
Poéticas urbanas - Praça

Poéticas urbanas - Horizonte
                                                                                         
Poéticas urbanas
Poéticas urbanas
Poéticas urbanas
Poéticas urbanas
Poéticas urbanas

Poéticas urbanas

Poéticas urbanas

quinta-feira, 7 de março de 2013

EXPOSIÇÃO - ESPAÇOS URBANOS


‘ESPAÇOS URBANOS’ ATERRISSAM NO OTTO CIRNE

‘Espaços Urbanos’, do artista plástico Giovane Diniz, aterrissam no Espaço Cultural Otto Cirne neste mês de março. Trabalhos na técnica acrílica sobre tela, segundo o autor das obras, apresentam memórias e reflexões sobre o espaço urbano e sua relação com as pessoas que circulam e vivem nas cidades. Para a mostra foram selecionadas paisagens dos municípios de Belo Horizonte e Ouro Preto.
Diniz explica que esboçou em suas telas um diálogo entre os indivíduos e os espaços urbanos onde estão inseridos. “Os espaços vazios em minhas obras representam as pessoas e trago isto com uma luminosidade intensa, cores fortes e quentes, buscando, por meio da fragmentação geométrica, uma harmonia cromática.” Ele conclui que ao excluir visualmente a forma humana, ela acaba se tornando o foco das paisagens urbanas.
Natural de Ouro Preto, Giovane Diniz começou a desenhar aos 13 anos de idade. “A princípio traçava formas figurativas. Posteriormente, passei aos desenhos de paisagens de Ouro Preto”, revela. Em 2003, ingressou na Fundação de Artes de Ouro Preto, onde teve a oportunidade de iniciar estudos sobre pintura e história da arte. Atualmente, é graduando em Artes Plásticas da Escola Guignard da Universidade do Estado de Minas Gerais.
Por estar envolvido com arte em tempo integral, o artista afirma que sua inspiração vem do dia a dia: “No vai e vem das ruas sempre observo os espaços das cidades e a circulação de pessoas. O ambiente urbano como um todo me inspira e meus trabalhos revelam um pouco disto”. Morando em Belo Horizonte, ele diz que é importante se envolver com os lugares para tornar sua pintura um trabalho mais consistente e verdadeiro, o que explica ter pintado sua terra natal e a capital mineira.
Sobre o seu processo de produção, Diniz conta que parte da observação e vivência nos lugares: “Faço anotações, desenhos e registros fotográficos. Depois tento transpor as experiências e pensamentos para a tela, que é meu suporte no momento para os meus trabalhos. Este processo às vezes é longo, onde passo até um mês para terminar um quadro. Assim, acredito que ele se constrói aos poucos e é acrescido de pensamentos a cada dia”.
No mundo das artes, o artista plástico se encantou primeiro pela apresentação da paisagem e pela poética dos pintores de Ouro Preto. Mais tarde passou a se interessar pelas ideias e pelos pensamentos que as obras podem provocar. Entre artistas que admira estão o espanhol Pablo Picasso, por sua versatilidade; o norte-americano Edward Hopper, por suas cenas urbanas cheias de significado; e os brasileiros Cândido Portinari, por sua crítica e poesia das cores, e Cildo Meireles, com suas instalações que proporcionam experiências sensoriais e questionamentos diversos.
Giovane Diniz comercializa suas obras, no entanto, não sobrevive apenas de seu trabalho artístico. Ele atua no Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG), como mediador de arte e educação. Pela primeira vez expondo na Associação Médica de Minas Gerais, essa é a sua terceira exposição individual. Suas obras já estiveram em mostras coletivas dentro e fora do estado.
Nétali Leite

                                                                                    Giovane Diniz

ARTE E EDUCAÇÃO

Mediação e criatividade

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou  a sua construção. 
Paulo Freire
Através de minhas experiências com arte e educação venho descobrindo que o ensino e aprendizagem de arte podem provocar nos alunos novas experiências no contato com a arte, levando-os a se interessar pelo processo criativo descobrindo formas de elaborar e criar seus trabalhos com autonomia, investigando e manuseando materiais, conhecendo técnicas e estilos artísticos, estimulando seus sentidos e aumentado suas percepções, buscando estar atento e com um olhar sempre aberto a desvendar significados nas artes e nas experiências de vida no seu dia a dia.
A partir das experiências nas aulas de criatividade que tive na Escola Guignard (UEMG), na aplicação de aulas e no processo de mediação nos espaços não formais, penso que o ensino/aprendizagem em arte proporciona uma experiência enriquecedora para o aluno e para o professor, pois o fazer artístico que estimula a criatividade e o pensamento do aluno levando-o ao desafio de buscar soluções para a realização dos trabalhos por meio das experiências dele próprio traz confiança na descoberta de seu potencial, sendo o professor um estimulador e propositor, que mostra caminhos a serem explorados pelos alunos, que por seus próprios meios encontra soluções no ato criativo.
Por essas experiências vejo também que a mediação tem papel fundamental no processo educativo, pois provoca o aluno a investigar e analisar os trabalhos por meio do olhar, proporcionando uma leitura não só estética das obras, mas descobrindo conceitos, contextos históricos, e novos significados nos trabalhos, analisando a materialidade ou a poética de cada obra, passando às vezes de um momento de estranhamento à admiração, provocando a imaginação do aluno. Esse pensamento é fundamental no processo pedagógico/criativo e na fruição da obra de arte, pois muitas vezes o aluno diz não gostar de seu trabalho ou não ter entendido uma obra de arte, não percebendo que a experiência com a arte expande nossas percepções, trazendo a oportunidade de ver o mundo de forma diferente, aprendendo a identificar valores em coisas simples.
Nas aulas de arte, tanto na escola como nos espaços não formais devemos mostrar aos alunos que a obra de arte, antes de fornecer um conhecimento sobre o mundo, nos impulsiona a um diálogo sobre o mundo mediado através do olhar e dos signos nela contidos. Assim, ao se propor um encontro com obras de arte em sala de aula ou em museus e centros culturais deve-se explicitar aos alunos/fruidores da arte a conscientização de que os artistas se propuseram a falar de suas realidades e esperanças através da linguagem da arte. Nesse processo de ensino e aprendizagem em arte é importante criar condições para novos encontros e experiências estéticas, tendo em vista que a obra pode oportunizar uma experiência nova para cada fruidor, revelando assim seu ponto de vista, exigindo do aluno uma atitude de investigação, levando-o a aprender com suas descobertas as possibilidades de criação e interpretação por meio da arte.
Por meio da exploração sensorial dos espaços expositivos, somos capazes de descobrir novas formas de experenciar e fluir a arte, buscando o diálogo e a troca de saberes, compreendendo as imagens de uma forma diferente a que estamos habituados, desenvolvendo a compreensão das linguagens da arte, ampliando a capacidade de perceber, analisar e avaliar as qualidades expressivas das imagens e objetos, desenvolvendo a imaginação e a poética visual.

Giovane Diniz
Visita a exposições Cor Opção, Palácio das artes - 2018

Visita a exposições Entre acervos, Palácio das artes - 2018

Exposição Habitáculo, Cine Theatro Brasil, BH, 2015


Eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver, eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana.                                                                                         
Rubem Alves
                                                                                                     
Instituto Inhotim, Brumadinho, MG 2014
O papel atribuído ao mestre é o de eliminar a distância entre seu saber e a ignorância do ignorante. Suas lições e os exercícios que ele da tem a finalidade de reduzir progressivamente o abismo que os separa.
Jacques Rancière        

Instituto Inhotim, Brumadinho, MG, 2013